Jimena Ibáñez | 1, Dezembro 2017 | 0

Hoje, para a rubrica de enfermeiras e obstetras italianas na Alemanha, apresentamo-vos a Vanessa e a Sara:
-Como é que resolveste deixar a Itália?
Uma vez ouvi uma velha obstetra dizer: “depois de veres o teu primeiro parto não serás capaz de viver sem isso! Isto torna-se a razão dos teus dias!”
Ainda nos lembramos do primeiro, as lágrimas de alegria, a adrenalina, o fascínio de uma nova vida! E a partir daí… Não se pode fazer menos do que isso!
Porque deixamos a Itália? Porque o nosso maravilhoso país, admirado por todos pela sua comida, moda e clima, já não nos podia dar esses sentimentos.
O que move as pessoas como nós a descobrir novas aventuras é o desejo de mudar, mudar essa situação que nos prende à rotina de todos os dias. Acordar pela manhã com um único objetivo, ficar atrás de um computador com a esperança de encontrar concursos ou anúncios em toda a Itália, nos impulsionou a procurarmos um novo país que realmente possa fazer de nós obstetras, colegas e amigos todos os dias.
E exatamente durante uma pesquisa desesperada por qualquer coisa que contivesse a palavra “obstetra”, surge um anúncio no Google: “selecionamos obstetras para vários hospitais na Alemanha”.
Há sempre duas escolhas na vida: aceitar as condições em que vivemos ou assumir a responsabilidade de as mudar. E foi o que tentámos fazer.
-Como foi que aprendeu alemão?
Uma simples entrevista para conhecimento e motivacional no Skype levou-nos até a Civitanova Marche, onde aprendemos alemão graças à Komalingua. A escola está cheia de professores talentosos, mas a melhor foi sempre a Sonja. A mais divertida e alegre, ela é que nos fez apaixonarmo-nos por esta língua verdadeiramente estranha, ela, que fez de cada lição um motivo de diversão e lazer, ela encorajou-nos a enfrentarmos as dificuldades, porque todos os obstáculos superados aproximaram-nos cada vez mais do nosso objetivo.
-Como se sente na Alemanha?
Às vezes, mesmo durante este percurso, não faltaram momentos de desconforto, incertezas e medo, parecia muito estranho ser realmente obstetra.
No começo, não foi fácil fazer as malas, ir para um país desconhecido e não saber o que estava à nossa espera. Com o tempo conseguimos instalar-nos nesta terra, mas sobretudo na sala de partos, que é agora o nosso mundo. -Como se sente na Alemanha? Bem! Aos poucos, tornamo-nos autónomos na sala de partos, trabalhamos numa estrutura moderna em atualização contínua que nos dá a oportunidade de conhecermos não só colegas italianos, mas também estrangeiros. O que realmente nos faz feliz é ter laços fortes de amizade.
Somos pessoas movidas por um objetivo comum, isto é, mudar as nossas vidas, e o nosso sucesso deriva do fato de que não estamos sozinhos, mas encontramos um grupo de amigos sempre presente e disponível, sem o qual nunca nos teríamos estabelecido aqui.
O resultado da nossa experiência deve-se, acima de tudo, a eles.
-O que aconselhas a quem planeia trabalhar na Alemanha mas ainda tem algumas dúvidas?
A continuidade dá-nos as raízes; a mudança dá-nos os ramos, deixando-nos a vontade de os estender e fazê-los crescer para alcançar novas alturas. (Pauline R. Kezer)